Bom dia amigos!
A passagem de 2 Coríntios 4:18 nos convida a refletir profundamente sobre a natureza das nossas prioridades e o modo como percebemos a vida. O apóstolo Paulo escreve: “Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” Para compreender plenamente o impacto dessas palavras, é importante contextualizá-las dentro do capítulo e da carta como um todo.
Primeiro o contexto da passagem
No capítulo 4 de 2 Coríntios, Paulo está encorajando os cristãos a perseverarem diante das adversidades. Ele reconhece as dificuldades que enfrentam, como a perseguição, o sofrimento físico e as pressões espirituais. Apesar dessas provações, Paulo relembra a igreja em Corinto de que a força do cristão não vem de si mesmo, mas do poder de Deus, que se manifesta até mesmo em meio à fraqueza humana. No versículo 17, que precede o versículo em questão, Paulo descreve os sofrimentos como “leves e momentâneos”, destacando que eles produzem “um peso eterno de glória”. Essa comparação entre o que é temporário e o que é eterno serve como uma introdução à exortação final do capítulo, onde Paulo orienta os fiéis a focarem nas coisas que não se veem, pois estas são eternas.
O Contraste entre as Coisas Temporais e as Eternas
Paulo faz um claro contraste entre o que é temporal e o que é eterno. As coisas que se veem — bens materiais, status social, conforto físico — são todas temporárias. Elas estão sujeitas à decadência, à mudança e, eventualmente, ao desaparecimento. Já as coisas que não se veem — como a fé, a esperança, o amor, a promessa da vida eterna em Cristo — são imutáveis e duradouras.
Para a vida cristã, essa distinção é crucial. O apego às coisas temporais pode levar à frustração, à ansiedade e à desesperança, pois essas coisas nunca satisfazem plenamente e são sempre passageiras. Por outro lado, quando nos concentramos nas coisas eternas, encontramos uma fonte constante de motivação, consolo e força. Essa perspectiva não só nos dá propósito e direção, mas também nos prepara para enfrentar as dificuldades com uma visão que ultrapassa as circunstâncias imediatas.
A Visão Espiritual e o Conceito de Fé
Essa passagem está profundamente ligada ao conceito de fé. A fé, como definida em Hebreus 11:1, é “a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.” A visão espiritual mencionada em 2 Coríntios 4:18 é uma extensão dessa fé, uma forma de ver além do que é visível aos olhos naturais e de confiar nas promessas de Deus que transcendem o presente.
Ao exercitarmos essa visão espiritual, começamos a perceber a realidade sob uma nova luz. Não somos mais dominados pelas aparências ou pelo que está à nossa frente, mas somos guiados por uma confiança inabalável nas coisas eternas. Isso não significa ignorar o presente, mas sim viver nele com uma perspectiva que coloca o eterno acima do temporário.
E como aplicar isso no nosso cotidiano?
Aplicar essa passagem à vida cotidiana pode transformar a maneira como tomamos decisões e enfrentamos desafios. Quando focamos nas coisas eternas, nossas prioridades mudam. Em vez de nos preocuparmos excessivamente com o sucesso material, buscamos viver de maneira que agrade a Deus e que tenha impacto eterno. Isso pode se manifestar em atos de generosidade, em priorizar relacionamentos autênticos, em escolher a integridade sobre o ganho imediato e em manter a esperança mesmo nas situações mais difíceis.
Focar no que é eterno também nos dá força para perseverar. Quando enfrentamos adversidades, lembramos que essas provações são temporárias e que a glória que nos espera é incomparável. Essa visão nos permite enfrentar cada dia com coragem, sabendo que nossas escolhas e atitudes não são em vão, mas têm um valor que ultrapassa o tempo.
Em resumo, 2 Coríntios 4:18 nos chama a viver com os olhos fixos na eternidade. Ao fazer isso, nossas vidas se alinham mais plenamente com os propósitos de Deus, e encontramos paz e direção que não podem ser abaladas pelas circunstâncias temporárias.
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